A crise deixou a marca no movimento de cruzeiros no Porto de Lisboa, com a queda do número de passageiros em trânsito, mas 2009 vai mesmo assim ser ano recorde em passageiros de cruzeiros na capital portuguesa, porque foi o ano da “explosão” dos cruzeiristas a começarem e/ou acabarem as viagens na capital portuguesa, que no final de Novembro já tinham superado o anterior máximo absoluto, que datava de 2000.
Os dados da APL – Administração do Porto de Lisboa para os onze meses de Janeiro a Novembro indicam que o porto de Lisboa recebeu neste período 285 escalas de navios e o movimento de passageiros elevou-se a 397.894.
Em escalas de navios, Lisboa não atingirá este ano as 308 do ano passado, tanto mais que a previsão de chegada de navios este mês de Dezembro indica dez escalas, ou seja, inclusivamente menos três que no ano passado.
Mas em número de passageiros, a perspectiva é mesmo um novo recorde, uma vez que o movimento nos primeiros onze meses está apenas a 9,6 mil do total de 2008 (407.508), e não se antecipa uma queda a pique do número de passageiros (seria necessária uma queda na ordem dos 60%) em Dezembro, tanto mais quando estão anunciadas escalas de navios de grande porte, como o Queen Victoria, da Cunard (tem agendadas duas escalas a Lisboa em Dezembro, com um total de 4,3 mil passageiros de capacidade total), e o Costa Serena, da Costa Cruzeiros, que transporta três mil passageiros.
Os dados da APL mostram que não é, no entanto, pelos passageiros que visitam Lisboa em escalas dos navios que incluem Lisboa nas suas rotas que a capital portuguesa atingirá este ano um novo recorde de passageiros de cruzeiros.
O “fenómeno” este ano foi o crescimento do chamado tráfego em turnaround, que inclui os passageiros que iniciam (embarques) e/ou terminam (desembarques) cruzeiros em Lisboa, que no final de Novembro tem um aumento médio de 130,7% ou 45 mil passageiros, para 79.524.
O anterior máximo de passageiros em turnaround era de 77.669, no ano 2000, e desde então o máximo que Lisboa tinha conseguido em passageiros em turnaround era ficar acima dos 40 mil, como aconteceu em 2001 (45.043), em 2003 (44.992), 2005 (44.093) e 2006 (40.906).