Os autarcas do Norte do País e da Galiza esperam que o assunto relativamente ao investimento da navegabilidade do rio Minho esteja nas próximas agendas políticas de ambos os países, lembrando ainda que durante muito tempo a navegabilidade do Douro era considerada por muitos impossível, logo não é assim tão disparatada a intenção dos municípios.
É ainda importante lembrar que o rio Minho foi sujeito a estudo aprofundado, elaborado pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), estudo esse que teve o custo de cerca de 2 milhões de euros e ainda continua na gaveta, não tendo sido usado. Este estudo identifica explicitamente as causas da acumulação de areia no estuário e aponta as possíveis soluções, estando concluído desde finais de 2008.
Num momento em que o país se encontra numa situação económica bastante precária, é importante atrair investimento e olhando para os nossos recursos naturais é grandes opções disponíveis. Neste caso, é importante rentabilizar o investimento já feito (no estudo de 2008), porém o desassoreamento do rio vai para além dos municípios já que este é um rio internacional.
O problema do assoreamento do rio Minho constitui um entrave ao aproveitamento turístico e desportivo da região, como é o caso do Caminha Iate Clube, impossibilitando as provas de veleiros pelo rio. Este tipo de modalidades náuticas traz sempre alguma movimentação e podiam muito bem servir como impulso turístico.
Está já a decorrer um projecto, denominado de “O Minho que nos une”, envolvendo directamente a autarquia portuguesa de Caminha e o vizinho município galego de A Guarda. Aprovado o projecto e avançando com o mesmo, podem surgir mais oportunidades de cruzeiros fluviais no rio Minho, que percorre cerca de 300 quilómetros até à foz, servindo de fronteira natural entre Portugal e Espanha em mais de 75 quilómetros.