Seatrade Cruise Med – o maior evento do setor de cruzeiros do mundo focado no Mediterrâneo e mares adjacentes – abriu hoje em Lisboa, e continua até quinta-feira, 20 de setembro, na FIL – Centro de Congressos e Exposições de Lisboa.
Acolhido pelo Porto de Lisboa e apoiado pela MedCruise e pela Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros (CLIA), o evento é composto por uma feira, conferências e um programa complete de networking. Esta feira faz parte da Portugal Shipping Week.
Na cerimónia de abertura, hoje de manhã, a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, dirigiu-se a mais de 350 delegados no seu discurso de boas-vindas e disse que era uma excelente oportunidade para as empresas portuguesas se apresentarem à indústria de cruzeiros e a todo o governo, entidades públicas e empresas privadas, no sentido de trabalharem em conjunto para construir o futuro.
Subiram igualmente ao palco na inauguração oficial, o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro e a Secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho.
Na sua intervenção Airam Diaz Pastor, Presidente da MedCruise & Diretor Comercial, Autoridade Portuária de Santa Cruz de Tenerife sublinhou que o Mediterrâneo está perante um futuro risonho, a desenvolver mais capacidade e mais investimentos em infraestruturas portuárias.
Por sua vez, o Presidente da CLIA Europe & Chairman da Carnival UK, David Dingle falou na qualidade de dirigente da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros (CLIA) e assegurou que o estado da indústria de cruzeiros é “muito bom“.
“No ano passado, realizaram-se em todo o mundo 26,7 milhões de cruzeiros… um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Assumindo que os níveis de ocupação permanecem sensivelmente os mesmos neste ano, isso significa que mais de 28 milhões de cruzeiros serão sido vendidos em 2018, um crescimento adicional de 5%. O crescimento do mercado de origem europeu tem-se mantido constante e se algum constrangimento teve lugar foi a redistribuição de alguns navios para a Ásia e outros locais. Em 2017, 26% das vendas globais de cruzeiros foram na Europa, mas prevemos um aumento para 28% em 2018 e 2019, à medida que a capacidade começar a aumentar. ”
Especificamente sobre a Europa, David Dingle acrescentou: “Olhando para a Europa como mercado de origem, destino e centro industrial, o que mais impressiona é o crescimento da contribuição económica da indústria europeia de cruzeiros – perto de € 48 mil milhões em 2017, um aumento de 16,9% desde a última pesquisa em 2015. É uma subida fenomenal, e vem do crescimento do mercado de origem, mais atividades operacionais de cruzeiros na Europa e mais construção de navios de cruzeiro, item que cresceu mais de 22% em comparação com 2015, subindo para níveis recorde, com uma notável carteira de encomendas de 66 novos navios até 2021, no valor de quase € 30 mil milhões.”
“Com vendas de 7 milhões de cruzeiros em 2017, 8% a mais do que em 2015, a Europa é o segundo maior mercado emissor do mundo. Mais de 80% das vendas europeias foram para cruzeiros na Europa e, somando-se ao número de americanos, asiáticos e australianos a fazer cruzeiros na Europa para cruzeiros, isso significa que 6,5 milhões de pessoas fizeram um cruzeiro na Europa durante o ano passado, 6% a mais que em 2015.”
“Consigo perceber os motivos para a economia de cruzeiros europeus continuar a crescer a este ritmo. Mesmo com 7 milhões de cruzeiros vendidos, a penetração no mercado europeu não passa de 2% da população total, enquanto na América do Norte e na Austrália esse número está próximo de 4%. As novas encomendas destinadas à Europa impulsionarão um novo aumento da procura”, sublinhou o Presidente da CLIA Europe.
Se a área da conferência esteve sempre ocupada, o recinto da feira estava igualmente vibrante, com mais de 2.700 participantes de 105 países antecipando o resultados dos dois dias de atividades.
O Seatrade Cruise Med é realizado a cada dois anos e este ano é acolhido pelo Porto de Lisboa, com o principal patrocinador e apoiante, a MedCruise (Associação de Portos de Cruzeiros do Mediterrâneo), da qual Lisboa é membro desde 2000.