O procurador italiano, encarregado da investigação ao acidente do Costa Concordia, adiantou que as primeiras suspeitas recaem sobre o comandante do navio, Francesco Schettino, que ao que tudo indica, navegava próximo demais da costa da ilha italiana de Giglio. Os investigadores já estão na posse da “caixa negra” do navio, semelhante à usada nos aviões, que possui todos os dados da navegação do navio antes do acidente.
Durante o dia de ontem foram encontrados mais dois corpos no interior do navio, o que eleva para 5 o número total de mortes. Por outro lado foi resgatado um membro sénior da tripulação, com uma perna fraturada, 36 horas após o embate, e um casal sul-coreano ambos de 29 anos a gozar a sua lua de mel. Ambos estão bem.
O Costa Concordia sofreu um rombo no caso após bater, presumivelmente numa rocha. Francesco Schettino estaria na ponte, a sala de comando, quando o navio se inclinou em 20 graus antes de submergir nas águas por volta da meia-noite. O comandante e outro membro da tripulação estão em prisão preventiva acusados de homícidio involuntário, naufrágio e abandono do navio, já que Schettino foi visto em terra várias horas antes de todos os passageiros serem resgatados do navio.
A empresa italiana de cruzeiros já reconheceu que o seu capitão “cometeu erros com consequências graves” e que as “suas decisões não corresponderam aos procedimentos de gestão de emergências da Costa Cruzeiros que estavam em consonância com as normas internacionais”.
Estavam a bordo mais de 3200 passageiros sendo que mais de 1000 eram italianos, 500 alemães, 160 franceses e mais de 1000 membros da tripulação. Dos 11 portugueses a bordo todos estavam bem e chegaram este domingo a Lisboa.
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Apesar de ser um navio recente com toda a tecnologia mais avançada disponível não foi possível evitar o acidente. Nesta altura ficam na ar algumas perguntas que os investigadores vão ter que analisar:
- Porque navegava o Concordia tão próximo da costa?
- Estaria o navio a “saudar” a ilha (manobra usual em que acende todas as suas luzes e ativa as sirenes em forma de cumprimento aos habitantes da ilha)?
- Estariam aquelas rochas marcadas nas cartas de navegação?
- Seria caso de avaria técnica?
- Será que o alarme de evacuação foi dado a tempo?
- Foi seguido o protocolo em caso de emergência e abandono do navio?